terça-feira, 8 de junho de 2010

Mantega diz que economia vai desacelerar no 2º tri

Ministro afirma ter se surpreendido com crescimento do Brasil, mas vê que auge passou,
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira (8) que foi surpreendido com o crescimento da economia brasileira no primeiro trimestre de 2010, mas reconheceu que a economia vai desacelerar a partir de agora. Ele diz que ficou “muito satisfeito” com o avanço de 2,7% do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no país) frente ao último trimestre de 2009.


A sua vida melhorou nesse 1º trimestre com a alta do PIB?

- Foi mais do que eu esperava. Eu esperava 2,5%. O aumento mostra que a economia brasileira teve uma das melhores recuperações do mundo. Na comparação internacional, apenas a China teve um crescimento dessa magnitude. Temos que lembrar ainda que isso se dá em relação ao um ano que foi muito fraco (2009).

Em nota, Mantega destacou que os meses de janeiro a março tiveram bom desempenho graças aos estímulos do governo para enfrentar a crise e comemorou o consumo. Ele defende que o período foi "o auge da retomada do crescimento".

- Estavam em vigor as desonerações do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados], a redução do compulsório dos bancos e a taxa de juros, que estava em seu menor patamar. Ainda tivemos os estímulos dos gastos do governo. Eu também destacaria o aumento do consumo das famílias [1,5% em relação ao quarto trimestre do ano passado].

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a economia cresceu 9% na comparação com o começo do ano passado. O avanço é o maior da série histórica desde 1995.

A análise do ministro reconhece que o segundo trimestre deve ser de desaceleração na comparação com os três primeiros meses do ano.
- No segundo trimestre já há dados de desaquecimento. O crescimento no ano vai ficar alto, mas a taxa já está decrescente. Temos a volta dos impostos, que vai fazer a demanda cair, a volta do compulsório e a taxa de juros [a Selic, que foi para 9,5% ao ano].

Ele ainda cita que o corte de R$10 bilhões nos gastos do governo devem derrubar a produção e esfriar o consumo.
- Um outro fator que ajudará no desaquecimento é a crise europeia, que diminui a disponibilidade de crédito para a economia. A trajetória é de um crescimento moderado e sustentável.

Em 2010, a economia brasileira deverá ter um crescimento de 6% a 6,5%, na opinião do ministro.

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